Steve Jobs tem 56 anos. Mark Zuckerberg tem 27. Quem arriscaria dizer qual dos dois é mais criativo? Agora com Jobs fora da Apple, a grande pergunta é como ficará a empresa que revolucionou vidas e mercados sem o seu maior inovador?
É no mínimo irônico pensar que tantas pessoas (são mais de 740.000 menções no Google, contra quase 30.000 do fundador do Facebook) dêem tanta importância a um homem de 56 anos. Afinal, se ele não é nem da Geração X, o que dizer da Y?
Por outro lado, Mark Zuckerberg tem apenas 27 anos e criou o Facebook lá pelos seus 20 anos (sete anos? Caramba! O facebook já está bem velinho, né não?!)
Chuck Close, pintor americano, nasceu em 1940 e, mesmo parcialmente paralizado desde 1988, segue sendo uma das maiores forças criativas da arte contemporânea (vale a pena ver aqui e emoutros sites e ao vivo, no MoMA e no Metropolitan Museum, em Nova York).
O importante desta história é entender que não há idade para a criatividade.
Outro dia em um grupo do Linkedin, debatia-se exatamente isto: existe uma idade limite para decretar que o sujeito não tem mais capacidade de gerar ideias criativas no mundo digital?
Acredito que não. E acredito que há um grande engano nas avaliações que o mercado faz das chamadas Gerações X e Y, assim como tantas antes e as que estão por vir.
Tenta-se classificar as pessoas de acordo com os anos de seus nascimentos e atribuir a elas um padrão cultural e comportamental homogêneo. A gente sabe que não é bem assim que acontece na vida real. Como classificar em um mesmo subgrupo pessoas nascidas em 1965 e 1981, por exemplo? Como entender que apenas quem nasceu depois disso é geração Y, porque foi alfabetizado com computadores e Internet?
Posso dizer que gente da minha geração já saiu da escola aprendendo a mexer com computadores pessoais, graças à geração chamada de baby-boomer, do Steve Jobs, por exemplo. A Internet, e-mail, as primeiras redes sociais (sim, o Orkut e o Facebook não foram os primeiros) fazem parte da cultura de uma boa parte desta geração. Será que, por receber o rótulo de Geração X, as pessoas desta geração são menos capazes de pensar o digital?
Larry Page e Sergey Brin (leia-se Google) que o digam. Só para constar, eles nasceram em 1973...
A criatividade não está ligada à idade. Nem para menos, nem para mais. Nem a línguas, nem a fronteiras. Nem a barreiras físicas. Hoje isto já é muito mais percebido do que antes. Não se deve confundir idade com capacidade criativa. E também não se deve impedir a renovação e a criatividade de prosperarem. Na essência, criatividade não é nada sem propósito. O essencial é conhecer as pessoas, a essência do drama humano e seus caminhos. E isso não muda. Podem mudar os meios, os veículos, mas não deixamos de ser humanos porque pertencemos à geração X, Y, ou Baby-Boomer, ou qualquer outra coisa.
Martin Weigel, Head de Planning da Wieden + Kennedy Amsterdam define bem este problema do ponto de vista de um planner (no blogunplanned – leia aqui): “O contexto no qual trabalhamos e as maneiras como empregamos podem estar mudando. Mas sempre mudaram, e sempre mudarão. Então, creio que o que vai assegurar nosso futuro já é verdadeiro hoje, assim como era há 40 anos.”
Abra um branco Gewurztraminer (pode ser da Alsácia, mas já temos bons chilenos e até brasileiros) geladinho – para acompanhar estas noites de inverno com calor de quase 30 graus – e inspire-se. Boas ideias!
Muito bom post, como sempre Ivan, parabéns.
ResponderExcluirEstou lendo um livro chamado "Outliers - Fora de Série" de Malcolm Gladwell (gênio) que define características e identificam porque algumas pessoas obtém tremendo sucesso e outras não. Muito interessante e revelador, vale super a pena ler.
Abraço
uillianscafe.blogspot.com